O desafio mais marcante antes de pegar o avião rumo a Londres,
foi em Tokyo, na entrevista do consulado britânico em Shimbashi.
Fora todo o corre-corre com o re-entry, papéis, documentos bancários e tudo o mais.
Houve uma mudança nas condições para tirar o visto de estudante na Inglaterra, tudo muito buracratico, o que me fez conferir um milhão de vezes antes de dar entrada. E eu sempre
dava falta de algum papel no meio da noite e quase entrava em pânico, pois já havia dado o aviso no serviço. Imagina, em casa...sem ir pra Londres e ainda por cima sem emprego? Ter o visto em mãos foi um dos meus sentimentos mais urgentes nessa época.
Lembro que tive que pegar o trem bala p/ ir pra Tokyo pois não havia vaga dísponivel no ônibus. Fiquei bem brava, porque era o dobro do preço. Mas minha mãe disse: Veja pelo lado bom, você nunca andou de Shinkansen. E tentei entrar no ritmo de festa! Afinal..sabia que iria encontrar o Cas e em seguida iriamos para alguma balada.
Desembarquei na estação de Shibuya e foi o caos para encontrar o Cas lá, a estação de Shibuya assim como a maioria das estações em Londres, parecem mais uma cidade de tão enorme. Assim que saimos, guardamos nossas mochilas naqueles '' armários de rua '' que tem pelas ruas de tokyo. Talvez por ser turística. E nos jogamos pra Gaspanic, em Shibuya mesmo.
Ficamos batendo papo sentados, tomando cerveja e comendo amendoins..Nos animamos um pouquinho e fomos dançar. Na pista tudo acontece. Conhecemos o jimmy e o London que eram americanos intercâmbistas. O Jimmy era o histérico, O London um típico gay !
Nós e uma cambada de gente, resolvemos ir pra Roppongi no Club 99 .
(Roppongi pra mim, é o bairro mais badalado de tóquio, quer diversão? SE JOGA pra lá)
Pegamos um taxi e lá estavamos, prontos pra se jogar na noitada. Nos jogamos até demais..
Tenho uma vaga lembrança de sair da balada, sentar na calçada e o cás me dizendo '' O mêtro vai fechar, vamos pra Shibuya, achar um lugar pra ficar '' Ele me disse na manhã seguinte que pedi pra descansar um pouquinho. Enfim, acordamos no dia seguinte, deitados na calçada com um puta sol e um mini-caminhão dando ré. Tomamos café da manhã no subway! ;)
Confiram:
Saindo de Roppongi fomos pra Shibuya pegar nossas mochilas e procurar um lugar pra ficar. Acabamos ficando no Ice-inn em Shinjuku, No mesmo albergue do verão passado.
Achei que iria enfiar o pé na jaca todos os dias antes da minha entrevista no consulado, Mas..não. Eu e o cas, saimos pra jantar, andar pelas ruas, gravar vídeos idiotas, brincar
e ficar jogando conversa fora. Adorei um restaurante indiano que comemos em Shinjuku,
que saudade boa. Exploramos as lojas de tokyo, roupas, livros..e acabei comprando o '' EAT, PRAY, LOVE '' lá mesmo. Mas, sou cabeção e deixei o livro no Japão antes de embarcar.
Ah, acabei de lembrar de um resturante em Shibuya, Italiano. Que bolo de chocolate maravilhoso. Não melhor que o que provei no topo da Tati Modern Galery em Londres, mas vale a pena provar.
Estava tudo bem legal, até tinha me esquecido que tinha ido pra dar entrada no meu visto.
Na noite de domingo, falei com o Luciano da UK study pra conferir os documentos pela ultima vez. Descobri que estava faltando um papel e detalhe, com a assinatura do meu pai ¬¬'
O escritório do Albergue estava fechado e era impossivel receber um fax, Lembro de ter ido em todos os Kombinis ( Loja de conveniência ) de shinjuku atrás de um '' fax '' mas, calma..
Foi quando parei em um restaurante japonês, bem humilde e rústico. e pedi humildemente para que me ajudasse, ela não tinha o tal do fax..mas, me levou até o restaurante do seu amigo. Mamãe me mandou o fax! :D comprei um suco de laranja no restaurante e agradeci um milhão de vezes!
O papel estava errado, ou melhor... o papel não existia. Estava anexado em um email muito antigo que o Luciano havia me mandado. Eu só percebi isso em Shimbashi, 2 horas antes da minha entrevista. Chegar em Shimbashi foi tudo bem, o problema é falar com as pessoas de lá, foi como sair da Bahia e ir pra São Paulo. Pessoas com pressa e muita antipatia!
O cas tinha ido embora na segunda de manhã, isso já era a tarde. Tive que me virar nos 30.
Perguntei para várias pessoas aonde tinha uma lanhouse para que eu pudesse imprimir,
e quase depois de 1 hora e meia, encontrei . Nem o polícial sabia aonde tinha.
Imprimi o documento lá, tomei banho, fumei e falsifiquei a assinatura do meu pai . Eu tive que fazer isso! e Agradeci mil vezes para os chineses, disse que aquilo era maravilhoso! (rs)
Juro, aquilo tudo para mim era bem melhor que um spa com banho de chocolate.
Apesar de toda essa correria, cheguei no consulado, fiz a entrevista
que durou umas duas horas e ficou tudo bem, Saí do prédio e pensei:
'' Obrigada, Obrigada, Obrigada '' Agora, é só esperar.
:)
